Cor: aditiva ou subtractiva. Que vem a ser isso?
Quando estamos acordados, grande parte da actividade do nosso cérebro é usada para processar a informação visual do mundo em que vivemos. Desse volume de dados, a maior parte é sobre cor. Como os objectos não têm cor, e só vemos quando há luz, o nosso cérebro depende da luz directa e/ou refletida que chega aos nossos olhos/cérebro para interpretar a informação colorida. Excepção dos infortunados daltónicos totais.
Na diferença entre luz directa e indirecta é que reside a questão técnica entre a “cor aditiva” e a “cor subtractiva”. A cor aditiva é obtida por adição de fontes luminosas artificiais. Através da emissão de 3 luzes base é possível simular um espectro bastante amplo de cores e tons que o nosso cérebro consegue interpretar. Estas cores são o Vermelho (Red), Verde (Green) e Azul (Blue), mais conhecidas pela sigla RGB. Se ainda tiver um televisor antigo e olhar na zona lateral do cinescópio pode observar essas 3 cores. Os televisores modernos e sofisticados usam melhores e mais eficazes tecnologias, mas a forma de transmitir a cor continua a ser através da emissão de RGB. Aliás, como os telemóveis, pads e todos os esquipamentos e ecrãs coloridos que funcionem por emissão de luz.
Este avanço tecnológico foi possível com a descoberta que a luz é composta por Isaac Newton (1642–1727). De seguida, pelos avanços do seu conterrâneo e físico Thomas Young (1773–1829) que põe fim à polémica de cerca de um século sobre a natureza da emissão da luz. Com uma engenhosa experiência demonstrou e provou que a emissão é feita por ondas, desdizendo Newton que tinha afirmado que a luz era constituída por partículas. Com base nestes avanços, o matemático, médico e físico alemão Hermann von Helmhotlz (1821–1894), articulou a teoria da “visão tricolor”por volta de 1850. Essa teoria afirmava que os homens e os primatas directamente relacionados, tinham desenvolvido a retina com 3 tipos de células receptoras de cores, chamadas “cones”1. Quem transformou os estudos em realidade, através de experiências bem sucedidas foi o físico e matemático escocês James Clerk Maxwell (1831–1879), considerado o pai da cor aditiva.
Com emissão das três cores obtêm-se branco. A ausência das 3 cores resulta em preto.
Como Thomas Young demonstrou, a luz é emitida em ondas. Cada cor tem uma frequência específica. Quando uma luz atinge um objecto, um determinado número de frequências dessa luz são absorvidas pelo objecto, e outras reflectidas. As que são reflectidas são as que os nossos olhos processam e que o nosso cérebro interpreta. Ou seja, quando pintamos algo com uma cor, estamos a usar um produto químico que reflete uma determinada gama de frequências de luz, absorvendo as restantes. Daí, a cor é “subtractiva”, pois estamos a retirar da totalidade da emissão do espectro luminoso, uma determinada porção.
Notas
1 Outros animais como os pássaros e peixes têm mais tipos de células. Estas podem ser usadas para detecção de energia ou emissões de outro género, como por exemplo as emissões ultravioleta que alguns pássaros possuem, como por exemplo algumas águias.